Sempre acreditei em nada, qualquer partícula que o nada
pudesse ter em conteúdo, ou mesmo qualquer coisa que pudesse significar o
substantivo. Mas nada disso é mais do que alguma forma de iniciar um tema. Um
diálogo pode ser visto a partir desta maneira e partir do nada.
Alguém diz: “Sempre acreditei em nada”! Outro reticente reprime: “Ninguém pode acreditar em nada em risco de tentação de enlouquecer”. “Não se pode presumir tal admoestação, já que a loucura não é mais que um resultado de uma precipitação inconsciente”. “É mesmo? Quem disse isso”? “Eu...” “Tá, e o nada não se referia à loucura de não se pensar ou limitar a razão nisto. Aonde estará o futuro se o nada sopre puser as boas obras de cada um se em um dia pararmos de dar força a tais pensamentos altistas”? “Já sei o que devo manifestar sobre o nada”! “O quê”? “A ignorância de não se aturar auto discursos”! “Isso é uma piada”?
Qualquer que fosse a intenção poder-se-ia perder num simples comedimento de velhas rixas entre os portadores. O segundo dirá que é uma piada, e o primeiro uma ironia... Mas ainda assim o “nada” se defrontaria a um sujeito indeterminado: Alguém dissera que acreditava... – porque sempre acreditou –, se não fosse a conversa, o nada seria mais que o que sempre foi: o nada!
Qual terá sido a distinção: um diálogo e um deboche, por um ou outro já basta para findar que qualquer coisa que seja nada e nada produza uma possibilidade menos de uma pergunta e porquê não de uma certeza de que não se precisa dizer mais nada.